domingo, 17 de agosto de 2008

Clock

Sou um velho relógio
Um relógio parado pendurado na parede
Eu observo as coisas acontecerem
Mas continuo parado
Sou uma maquina complicada
Cheia de engrenagens
Que precisa apenas
De um pouco de óleo
Um pouco de corda para funcionar
Sou assim um relógio parado
Um velho relógio parado
Que fica vendo o tempo passar.

Amor platônico

Invenção da minha mente
Que cria o meu ser amado
Pinta de vermelho o branco
Só der ver o seu rosto mesmo que de relance
Criado aos meus olhos
Elevado a perfeição com meus gostos
Falsidade ideológica que em engana
Mesmo tendo ciência dessas injurias
Gosto cada vez mais doce, essa mentira
Que me aquece por dentro
Dando-me forças para levantar da cama
Sentimento tolo e desnecessário
Que rasgo, amasso e jogo no lixo.

-

Céu azul que a grande maioria admira
Deixai de castigar a minha terra, a minha cabeça
Venham aqui, estas sim nuvens negras
Que as pessoas ojerizam*, molhar minha alma
Para que possa nascer o capim

Velhice

A velhice me assola cada vez mais
Subindo por minhas pernas
Carrego o peso da idade sobre meus ombros
Sinto frio!
O chuveiro mudo de estação
E agora minhas refeições são quentes!
Onde foi parar minha juventude?
Minha memória, onde deixei minhas lembranças
Cada vez passo mais tempo em minha cama
Meus sonhos me deixaram sozinho
Tornando as noites mais longas.
Seria a morte um sono sem fim?
Em compensação meus demônios se acalmaram
Exauri minha ira
Minha mente ficou mais serena
E ganhei a paciência que só os idosos têm.

Medo de se molhar

Para que levar o guarda-chuva se vai chover?
As roupas logo secam
O vento úmido leva embora os problemas
E a chuva se mistura as lágrimas se ninguém perceber
As gotas que caem levemente
Banham por completo a cidade, meu corpo
Que vista linda elas presenciaram
Os ouvidos ignoram os outros sons
E mesmo sussurrando você tem certeza que elas te ouvem
Cada gota que escorre pelo nariz
O faz coçar, isso é inevitável
Para que levar o guarda-chuva se vai chover
As lágrimas logo secam.

Passion

Diante de sua figura
imóvel permaneci
Por que tamanha força me prende?
impedindo que eu fale ou que eu respire
segurando com firmeza
palavras proibidas entre minhas mãos
com medo que elas escapem
Voando diretamente aos seus ouvidos.

Cabisbaixo, olho para os meus pés
Impacientes num ritmo frenético
Somente para evitar o seu olhar
Que um dia resolvi desafiar.
Cuido diariamente das feridas
que adquiri por confiar no destino
por inúmeras vezes errei
em achar que o tempo estaria ao meu lado
ajudando-me a ganhar o seu afeto
e outras tantas vezes chorei
quando eu acordava de um sonho
onde minha felicidade
se dissipava no ar
Toda vez que eu ousava toca-la

Estou morrendo de frio nesse lugar gelado
onde minha alma congela aos poucos
mas ainda tenho esperança de reencontrá-la
e talvez nesse dia eu tenha forças
para dizer que te amo.

Se

Se eu pudesse
Te amaria para sempre
Porém minha vida é muito curta
Um grão de areia para eternidade
Não sou dono do meu coração
Ele pertence ao tempo
Que faz e desfaz
Aquilo que bem entende
Não posso dar garantia que
Amanhã serei o mesmo
E que seu sorriso cause
Tanta felicidade como ainda causa
Talvez seu abraço não seja mais
Quente e aconchegante como agora
E talvez eu não fique tão bobo
Toda vez que reencontra-la
Posso não estar mais aqui
Quando você estiver chorando
Precisando de alguém
Mesmo que seja só para conversar
Mas posso afirmar que hoje
Quero ficar ao seu lado
E se Deus pudesse me ouvir
Gostaria que hoje durasse para sempre.

Por que não?

Quero ver o Sol por de trás daquelas montanhas
E nadar feito louco em águas geladas
Sem me preocupar com o resfriado que me aguarda amanhã.
Semana que vem vou para Paris
Ou talvez para onde meus sonhos me levarem
Quem sabe Paris?
Vou chorar mais um pouco
Já que não tem ninguém olhando
Tenho dinheiro suficiente para dois sorvetes
Acho que vou tomar os dois
Vou roubar mais um beijo dela, e correr muito.
Vou correr para não apanhar
Mas sei que depois vou roubar outro.
Quero ver até onde chego
Ou ver onde essa rua vai terminar
Vou correr, correr até cansar.
Sem me preocupar com a chuva
Vou correr até onde essa rua me levar.

__

O Destino parece brincar
Cronos faz e desfaz tudo ao seu gosto
Contraria a lógica e me faz de bobo
Volto atrás com minha palavra
Quebro promessas feitas de coração
Desafia minha astúcia dia-a-dia
Engano minha mente
Para que ela não o faça primeiro
Devaneios me visitam durante o dia
Como pessoas na rua, que vem e vão várias vezes
Converso com o vento
E vejo estrelas se movendo mais rápidas que o normal
Fico andando em círculos
Pensando sem parar
Às vezes acho mais fácil ser controlado
Em vez de contrariar o mundo.
Busco forças para enfrentar o Destino
Mas no final, sempre desisto.

Enjoy your life

Aguardo minha vez de nascer, de brincar.
Quero voltar a ver o Sol.
Dormir de barriga de fora.
Ir à escola mesmo sem gostar.
Cicatrizes e hematomas, que virarão histórias.
Namorar, me apaixonar.
Ver o meu filho nascer.
Me apaixonar.
Despesas, notas baixas, sofrer.
Ver a noiva entrar.
Sou avô!
Onde está o meu neto?
Me apaixonar.
Sorri, ao olhar para trás.
Que vida curta foi a minha.

sábado, 16 de agosto de 2008

...

Que preguiça, ter que escrever tudo novamente, passar do papel para o blog. Se eu tivesse foi no computador era só usar o Ctrl + c, fazer o que?? Quem mandou escrever em pedaços velhos de papel de cigarro